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Mostrando postagens de 2011

BOAS FESTAS!

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Paraíba, terra de artistas.

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“Paraíba”, rio de navegação difícil ou porto ruim. Não se sabe ao certo a origem da palavra. Mas o que importa? Vai começar o Bolero de Ravel na Praia do Jacaré e nas águas que brincam de se misturar ao mar já surgem fantasmas de baleias e peixes-bois. Fim de tarde na Praia do Jacaré. Quem visita João Pessoa não pode deixar de conhecer a GAMELA, uma galeria de arte com ótima seleção de artistas regionais. Pertinho dali fica o ateliê de Miguel dos Santos . Assim que as portas se abrem, o visitante encontra-se mergulhado num universo encantado onde cavaleiros medievais perseguem leões alados e ancestrais africanos conversam com criaturas amazônicas. Pintor, gravador e escultor, Miguel esbanja domínio técnico nas suas esculturas cerâmicas de grande porte.    Miguel dos Santos e uma de suas esculturas No ateliê do artista, em companhia da professora Neide Medeiros Santos. No maior São João do Brasil, em Campina Grande , o cordelista Manoel Monteiro foi o grande ho

PERIGO NO AR

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Moro em Lorena, no estado de São Paulo, há mais de trinta anos. Uma das coisas que mais me agrada aqui é o cenário. Duas lindas serras. Cada pôr do sol que surpreende pelas variações de cores: rosa, laranja, cinza azulado, violeta, dourado, vermelho... e às vezes o céu é tão azul que só de olhar, a gente fica feliz. Sinto-me privilegiada quando volto para casa no final da tarde e vejo um bando de garças desenhando um V no espaço. Aliás, o querido poeta Manoel de Barros , no seu livro "Poemas Rupestres" (Editora Record, 2004) tem um poema que explica direitinho esse deslumbramento. GARÇA A palavra garça em meu perceber é bela. Não seja só pela elegância da ave. Há também a beleza letral. O corpo sônico da palavra E o corpo níveo da ave Se comungam. Não sei se passo por tantã dizendo isso. Olhando a garça-ave e a palavra garça Sofro uma espécie de encantamento poético. Pois é, ainda dá para respirar e olhar para o céu em Lorena. Mas até quando? O anúncio da vinda d

CERAMISTAS-ALQUIMISTAS EM CUNHA

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Acabo de receber uma foto muito especial do amigo Gilberto, um ceramista apaixonado pela astronomia. Uma conjunção planetária ao nascer do sol, no límpido céu de Cunha. Alvorecer em Cunha com Conjunção de Planetas 09 maio 2011 - 05h42min42seg - A apenas 41 minutos do nascer do Sol, conjunção planetária reúne Vênus, Mercúrio, Júpiter e Marte no alvorecer da cidade de Cunha SP. Separação angular Vênus/Mercúrio  01°26’49”; Vênus/Júpiter 02°17’12”; Vênus/Marte 06°35’03”. Canon EOS 500D, f/4.0,1.3”, IS0 800, Gilberto Jardineiro. Há muitos anos, Gilberto jardineiro e sua mulher Kimiko Suenaga escolheram Cunha para montar seu ateliê de cerâmica. O lugar é um encanto: no alto de um morrinho, no meio do verde, construíram seu forno “noborigama”, com várias câmaras em degraus. A qualidade das peças tanto artísticas quanto utilitárias já é muito conhecida e o casal de ceramistas-alquimistas consegue criar os mais lindos coloridos em matéria de cerâmica esmaltada. A criação de uma

CAIÇARA, CAIPIRA, POETA...

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Algum tempo atrás, a convite da editora paulista Brinque-Book, tive a oportunidade de ilustrar “...E a lua sumiu”, uma história de Milton Célio de Oliveira Filho publicada em 2009. A parceria com este paulista nascido em Ubatuba deu tão certo que virou amizade. “Repetimos a dose” e em 2010 saiu “O enigma da lagoa”, mais uma publicação caprichada da Brinque-Book que acabou selecionada para o catálogo 2011 da FNLIJ que todo ano apresenta o melhor da produção brasileira na Feira Internacional de Bolonha, na Itália. Com leveza, bom humor e um mistério a ser resolvido, Milton Célio convida a criançada a refletir sobre um problema sério: a escassez de água doce. Quem estará acabando com a água da lagoa? Um a um, os bichos depõem e são inocentados. Até o homem tem de se explicar. Mas desta vez, a culpa não é dele. O livro termina de forma instigante, trazendo a mensagem que, sendo bicho ou ser humano, somos todos pequeninos diante da força de Dona Natureza.     Aliás, Milton Célio tem m

CONTOS AFRICANOS

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Contos do Baobá , 4 contos da África Ocidental adaptados e ilustrados por Maté. Editora Noovha América. Recebi no primeiro semestre de 2011 a segunda edição do meu livro “Contos do Baobá”. Publicado em 2008 pela editora paulista Noovha América, o livro mereceu em 2009 o selo “Altamente recomendável” da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil. A nova edição traz o selo da FNLIJ na capa e segue as regras da Nova Ortografia da Língua Portuguesa.      Para o livro, escolhi adaptar quatro contos da África Ocidental protagonizados por personagens marcantes das narrativas tradicionais africanas.    No primeiro conto “A lebre, o rinoceronte e o hipopótamo”, a estrela é a lebre . O pequeno animal é do tipo astuto e “bon vivant”: sempre consegue se sair bem das situações mais perigosas, com criatividade e bom humor.  Em “Anansi e o presente de Deus”, encontramos a aranha Anansi. Vários mitos africanos contam como ela ajudou Deus durante a criação do mundo, co

Abril, tempo de catar pinhão na Mantiqueira...

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Como dizem na região, "o pinhão está cozido quando começa a sorrir". Catar pinhão solto embaixo das araucárias é divertido, mas desmanchar devagar uma pinha inteira (cuidado para não espetar os dedos) é intrigante, meio hipnótico. E melhor ainda é pintar aquarela ao ar livre. Esta cena, eu pintei perto de Delfim Moreira (MG).